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  • Foto do escritorCecilia Leite

Ano novo astrológico


Tivemos hoje a entrada do Sol em Áries, dando início a um novo ano astrológico. Equinócio de outono aqui no hemisfério sul, e de primavera no hemisfério norte, dia e noite com a mesma duração. A partir de agora temos uma nova estação e as noites começarão a ser gradativamente mais longas que os dias, até chegar ao ápice da escuridão no Solstício de Inverno. Época que começa a convidar para um maior recolhimento e favorecer à introspecção. Assim como as árvores perdem agora as folhas, o outono é um período onde devemos nos desprender daquilo que já não faz mais sentido e se tornou um peso para carregarmos. Estamos ainda em uma Lua Minguante, também um período de silêncio, desapego e desintoxicação, e o Ano Novo astrológico se inicia com essa marca.


Tudo que nasce possui um mapa astrológico, e podemos assim, fazer um mapa de ingresso do Sol no signo de Áries para analisar o que se espera do ano que está se iniciando. Essa análise depende do local que estamos considerando, e curiosamente aqui em São Paulo temos o Sol do ingresso quase chegando na casa 4, casa angular, importante, que diz respeito ao momento mais escuro da noite, e que tem relação com a nossa casa e nossa família. Bastante simbólico e sincrônico com o momento que estamos vivendo. Ainda temos o Ascendente em Capricórnio, com a grande conjunção de Marte, Júpiter, Plutão e Saturno na casa um, outra casa cardeal, extremamente forte. Capricórnio está assim muito enfatizado, pois além do stellium de planetas, com Marte exaltado e Saturno domiciliado, ainda é ele quem abre o mapa. Não há como negar que será um ano de restrições, de exigências, e que exigirá responsabilidade, disciplina e persistência. Indiscutivelmente, é a construção de novas bases.


Em textos anteriores já escrevi sobre Júpiter em Capricórnio e sobre a conjunção de Saturno e Plutão nesse signo (Saturno e Plutão juntos), que por serem dois planetas lentos, já se aproximaram em outros momentos nos últimos tempos. Em janeiro desse ano, tivemos a conjunção exata, que aconteceu quase que simultaneamente com o trânsito do Sol por esse mesmo grau, e por um eclipse lunar. Sem dúvida nenhuma, esse já foi um prenúncio e um gatilho do que vinha pela frente. Mas agora em março, especialmente no momento do ingresso de um novo ano astrológico, temos mais dois ingredientes muito expressivos. Marte exaltado em Capricórnio, e Júpiter em queda aí, se encontram, no mesmo dia do ano novo, e se unem a Plutão. É um encontro de gigantes, um stellium envolvendo quatro grandes. Esse é um evento raríssimo, que acontece aproximadamente a cada 800 anos, sem levar em consideração a presença também de Marte. A configuração atual é inédita, mas se formos analisar algumas conjunturas semelhantes em épocas passadas, vamos constatar que fatos históricos extremamente relevantes aconteceram nesses períodos. Não vou me aprofundar aqui, pois existem excelentes astrólogos que fazem pesquisas maravilhosas a esse respeito e divulgam trabalhos que podem ser encontrados por quem tiver interesse.


Estamos em uma época de eventos marcantes que devem desencadear mudanças estruturais importantes em nossa sociedade. No dia 22 de março teremos ainda o encontro de Marte com Plutão, e a entrada de Saturno no signo de Aquário. No final do mês, Marte também chega a Aquário e logo se encontra com Saturno, os dois planetas de natureza maléfica na Astrologia antiga. Isso para ilustrar a quantidade de eventos cósmicos que estarão acontecendo nos próximos dias. Cada encontro desses, marca o começo de um ciclo planetário, ou seja um novo início para os assuntos relacionados a eles. O céu está apontando para um período de términos e recomeços. O que estiver bambo cai, o que estiver sólido fica, em todos os sentidos.


Saturno ainda voltará para Capricórnio quando ficar retrógrado no meio do ano, e só ingressa definitivamente em Aquário no final do ano, quando, em dezembro, fará uma conjunção a 0° desse signo com Júpiter, que também estará deixando Capricórnio. Aí Saturno permanecerá até 2023. Ao final de 2020, portanto, teremos uma mudança importante de tônica, pois a conjunção entre Saturno e Júpiter, dois planetas sociais, pai e filho na Mitologia, vai acontecer em Aquário, signo mental, ligado ao coletivo e ao conhecimento.


Não vou entrar em detalhes técnicos, mas o que compreendo dessa configuração toda é que as marcas desse grande evento astrológico em Capricórnio perdurarão por muito tempo, pois são ciclos muito longos que estão sendo desencadeados. Mas a conjunção de Saturno e Júpiter em Aquário marcará uma nova dinâmica que tenderá a se fortalecer quando Plutão entrar nesse signo em 2024. Você deve estar pensando qual a razão de eu estar falando tão a frente quando estamos vivendo um tempo complicado agora... Na realidade a Astrologia serve para mostrar o rumo das coisas, para onde o vento vai soprar. E quem sabe com antecedência para onde está indo a tendência, pode ter a vantagem de se preparar para os tempos vindouros. Qualquer análise astrológica envolve conhecer o passado, observar o presente, para poder prever o futuro. Não existe futuro separado do que está sendo agora. Por isso, o que queremos lá na frente precisa ser plantado agora, e o que estamos vivendo no momento, é consequência de tudo que vem vindo há muito tempo.


Sucintamente, acredito que com o início do ciclo aquariano uma nova maneira de pensar, que poderia parecer inusitada, tende a surgir. A tecnologia ganha ainda mais força, e o conhecimento passa a ser determinante. Novas maneiras de viver vão aparecer, uma forma diferente de se relacionar, trabalhos alternativos, tudo muito fora do padrão que tínhamos até o momento. Já podemos observar um prenúncio disso com esse confinamento que estamos vivenciando. O Home Office está ganhando uma força absurda, o ensino a distância também. Uma forma diferente de consumo, de troca de informações e de relacionamentos. Será que ao término desse período de reclusão forçada tudo volta a ser como era antes?


Acredito que não, pois muito vai se perceber nesse período de como o sistema era ineficiente, improdutivo, dispendioso. As pessoas em casa talvez consigam reavaliar seus hábitos, perceber quanto desperdício de tempo, de dinheiro e de energia havia em suas vidas. Muitos procedimentos adotados agora podem se mostrar eficientes e começar a ganhar espaço. Não digo que o ensino se tornará somente virtual, mas talvez uma parcela maior das aulas possa acontecer assim. E as empresas também podem vir a funcionar de maneira que causem menos impacto, pois existe um exagero de deslocamentos e viagens, e eventos e consumo de recursos.


Nós não aguentamos mais o estilo de vida que criamos. Estamos doentes, fisicamente e enquanto sociedade. Mas não paramos, não refletimos, e temos uma imensa dificuldade de mudar o menor dos maus hábitos. Precisa vir uma demanda maior, fora do nosso controle, para que sejamos obrigados a reconduzir a rota. O planeta está morrendo e não nos damos conta de que sem ele também morremos. Incêndios, poluição, desmatamento, vazamento de óleo, de minérios, uma quantidade absurda de lixo. O homem degrada a sua casa e não percebe. O ar é o mesmo para todos, as águas também. De uma forma ou de outra, o que se faz aqui, tem consequências ali. Parece que o conceito de ecossistema, que deveria ter sido aprendido no ensino fundamental, ainda é desconhecido de muitos.


E daí chegamos à questão da educação, que obviamente é essencial. Mas vai além, pois hoje existem recursos gratuitos que permitiriam muita gente de se instruir, mas essa não é a escolha da maioria. Ainda que se tenha acesso a internet, as redes sociais parecem muito mais interessantes do que qualquer outro assunto. É um problema de consciência, que não tem relação com a classe social. Existem pessoas que não possuem educação formal, mas que são extremamente conscientes. Existem pessoas que tiveram acesso às melhores escolas mas que não tem consciência. E existe quem não possui nenhuma das duas. Todos temos responsabilidade no que estamos vivenciando, sem exceção. É cômodo culpar o outro, se rebelar, querer que se tomem medidas para trazer de volta à zona de conforto, mas o fato é que se estamos aqui todos juntos, é porque de alguma forma participamos disso, ainda que tenha sido negligenciando o que vem acontecendo.


Mas o que quero com esse texto é salientar que sim, os astros indicam tempos fortes de mudança. Mudanças essas que somos nós aqui na Terra que fazemos e conduzimos. E por isso temos a escolha de direcionar os acontecimentos para um rumo melhor. Sabendo que a frente teremos um período onde o mental estará enfatizado, onde vamos colocar os nossos interesses? Sabendo que um dos lemas de Aquário é que o conhecimento liberta, o que vamos fazer até lá? As mudanças estão batendo a porta e quem quiser voltar ao modo antigo talvez seja surpreendido por uma onda diferente. O inusitado pede espaço, a liberdade vai tomar a frente. Vamos permitir que nossas ideias se abram? Vamos exercitar a liberdade com responsabilidade?


Capricórnio pede responsabilidade, comprometimento, foco e disciplina. E premia os competentes. O momento é de construção, ou de pessimismo. São duas palavras ligadas a esse signo, que você escolhe como usar. Mas não esqueça que o futuro virá de acordo com essa escolha.


Ano novo, muitos novos ciclos a terem um início por esses dias. Tempo de refletir, e mais do que nunca temos agora essa necessidade e essa condição. Muita gente que reclamava que não tinha tempo, agora se queixa de tédio. Sentir a angústia de precisar ficar na própria companhia pode ser extremamente útil para perceber o que vem se fazendo com a própria vida. Quando estamos distraídos, pode não incomodar tanto, e vamos levando. Mas esse confronto que de início parece ser doloroso, pode se tornar libertador. Aproveitemos o tempo!


Um ótimo ano novo a todos! Com muito amor no coração, que é o que verdadeiramente cura!

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