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  • Foto do escritorCecilia Leite

Resolver o passado para viver o presente

Muitas vezes não nos damos conta do quanto o passado nos aprisiona. E, aqui, como passado, me refiro não só àquilo que já vivemos, como especialmente àquilo que carregamos de nossos ancestrais. Trazemos crenças, vícios, hábitos, padrões de pensamento, que são familiares, sendo a maior parte deles inconscientes.


No nosso Mapa Natal, o eixo casa 4 e casa 10 trata desse assunto. São casas cardeais, importantíssimas, opostas, que ensinam que, para alguém aparecer por si só (na casa 10), precisa estar resolvido com as questões de base, ancestrais (na casa 4).


Todas as casas opostas no mapa referem-se ao mesmo tema, em diferentes polaridades. Enquanto a casa 1 fala de como alguém se coloca individualmente no mundo, a casa 7 trata de como são as relações com o outro. Na casa 1 eu devo aparecer, na casa 7 eu devo dar espaço para o outro aparecer... Enquanto a casa 2 se refere aos meus valores (psíquicos e materiais), os meus recursos, aquilo que acumulo, a casa 8, sua oposta, trata de como me desapego das pessoas, coisas e situações. A casa 2 é o que entra, e a casa 8 é o que sai...


E assim acontece com todos os pares de casas opostas... Por isso elas não podem ser vistas separadamente, uma não pode ser analisada sem se entender muito bem como a outra se comporta. Para se viver plenamente uma ponta, a outra deve estar resolvida.


O eixo casa 4 – casa 10 trata da nossa vida privada (casa 4) e da nossa vida pública (casa 10). E isso deve estar caminhando em perfeita harmonia para que o sucesso lá fora aconteça com bases firmes e sólidas. Como em uma árvore, as raízes precisam estar firmes (casa 4), para a copa se tornar visível (casa 10).


A Casa 4 representa nossa origem. A família, a ancestralidade, nossa mãe, nossa casa. Tem ligação com o signo de Câncer, onde nos sentimos protegidos. A casa 10 representa nossa projeção pessoal, nosso status, nosso reconhecimento no meio social. Relacionada com o signo de Capricórnio, nosso sucesso alcançado. Essas duas casas mostram também a influência dos pais, que são nosso modelo, em casa e na vida social. Quer estejamos conscientes ou não, acabamos repetindo modelos que aprendemos quando crianças.


Nosso mapa descreve como vivemos esses dois polos, como somos em casa e como somos publicamente. O signo e os planetas que temos nessas duas casas indicam a maneira de lidar com esses temas. Para alguns talvez haja maior ênfase em uma dessas duas áreas, mas a outra não perde a importância. Pois, por mais que exista a necessidade de vivenciar um desses lados, o outro precisa estar muito bem resolvido para não atrapalhar nessa realização.


Às vezes não é tão fácil percebermos o quanto os temas da casa 4 influenciam na nossa vida, principalmente porque ela é uma casa inconsciente. A casa 4 corresponde a meia noite, enquanto a casa 10 diz respeito ao meio dia, ao ápice da luz do dia. Não é fácil em um primeiro momento identificar quais crenças são nossas mesmos, e quais são da nossa família ou da nossa cultura. Muitas vezes ficamos acomodados na casa 4, para sermos aceitos e protegidos, vivendo ideias que não são nossas. E aí não despontamos na casa 10, como nós mesmos.


Uma outra maneira de enxergar isso é percebendo o quanto a família (4) influencia nas escolhas de carreira (10). E o impacto que nossa vida social tem em nossa vida familiar. E aqui cabe uma reflexão: o quanto nosso sucesso profissional é para satisfazer as expectativas familiares? Ou o quanto (e por quais motivos) abre-se mão de uma vida íntima satisfatória para alcançar um sucesso profissional? Ou, quanto sacrifico a minha própria projeção social em nome da família?


Resolver o passado significa olhar com verdade para ele. E reconhecer ali o que nos pertence, e o que não é nosso. Existem medos, culpas, expectativas que não são nossos. Aliás, são nossos sim, pois não nascemos naquela família por acaso, e se sentimos alguma coisa é porque ela ressoa em nós. Mas na origem talvez essa dor venha lá de trás... E ela se apresenta hoje na nossa vida para ser curada. A Constelação Familiar trata desses assuntos, bem como várias outras técnicas terapêuticas.


O importante é que todas essas questões precisam ser trazidas a consciência, para que, ao aparecer na casa 10, ou meio do céu, sejamos nós mesmos. Assim o sucesso terá consistência e trará realização interna, que é mais importante do que somente a fama exterior. A nossa casa precisa ser o local que nos nutre e nos dá força, e não uma prisão que impede nosso crescimento. E nosso sucesso tem que ser natural, construído em cima de nossos verdadeiros talentos. A casa 4 deve nos dar sustentação e também nos empurrar para a casa 10.


Isso tudo que descrevi a nível pessoal, acontece também a nível mundial. Uma nação para ser forte precisa conhecer e honrar suas origens. Respeitar a terra onde se vive, os ancestrais que construíram as bases do que existe hoje, conhecer sua história. Sentir o acolhimento de pertencer a um lugar, a um povo, dá a força necessária para construir uma nação próspera.


Nesse processo é fundamental que olhemos para os que vieram antes de nós com gratidão. É um erro culpar a família ou os ancestrais pelo nosso infortúnio. É preciso haver o entendimento de que cada um faz o melhor que consegue. Todos tem suas dores para lidar. E bem ou mal foram eles que nos deram a chance de estar hoje aqui. Portanto, é necessário perdoar e agradecer. Não somente com a boca ou com a mente, mas principalmente com o coração. Ao sermos capazes de sentir verdadeiramente gratidão pelos antepassados, perdoar qualquer ato que tenha deixado marcas em nós, o coração se abre... E estamos livres para seguir o nosso caminho.



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