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  • Foto do escritorCecilia Leite

A hereditariedade no mapa natal



Todos nós temos uma herança genética inegável, um elo que nos liga a nossa ancestralidade. Mas o que muita gente não sabe, é que existem padrões hereditários que se manifestam também em nosso mapa astrológico natal. Sim, existe um DNA cósmico!


Há alguns anos, quando estudava mais profundamente esse assunto, fiz uma pesquisa com meu próprio caso. Além dos mapas dos meus pais, utilizei também os de meus avós, e, mesmo em alguns casos não tendo o horário exato, foi possível observar aspectos importantes. O resultado foi muito surpreendente: TODOS os aspectos do meu mapa se repetiam nos mapas de meus ancestrais. Desde a posição de planetas por signo até o padrão de aspectos planetários importantes. E mais: não era só de pai e mãe, mas principalmente dos avós.


Em alguns casos, essa ligação era óbvia. Por exemplo, a minha Lua natal em conjunção com a Lua da minha avó paterna, e minha Vênus natal em conjunção com a Vênus da minha avó materna. Mesmos signos, graus muito próximos. Os dois planetas relacionados ao feminino, com o mesmo posicionamento dos planetas das minhas avós. Em outros casos, a ligação era por associação, mas ainda assim extremamente forte. Por exemplo: sou capricorniana, com Sol em quadratura a Urano. Minha avó paterna tinha Sol em conjunção com Saturno (regente de Capricórnio), ambos em quadratura com Urano. E minha avó materna, Sol em conjunção a Urano, oposto a Saturno. Ou seja, em ambos os casos existe uma ligação do Sol com esses dois planetas: Saturno e Urano. Um padrão extremamente forte, apresentado pelas duas, e repetido por mim.


Isso acontece também com meus descendentes, ou seja, o mapa de meus filhos apresentam padrões tanto meus, como do pai deles. E isso é muito óbvio e incontestável. Às vezes ocorre uma mistura. O meu caçula por exemplo tem Sol em conjunção exata com Saturno (lembra que sou capricorniana, mas isso já vem desde minhas avós) e na casa 12 (ele tem um Stellium, quatro planetas na casa 12), casa relacionada a Peixes, e o pai é pisciano. O ascendente desse meu filho é o signo da minha Lua, o Sol dele está no signo do meu ascendente, e muitos outros pontos se ligam. Tudo vem de um, do outro, ou dos dois.


Assim, é muito possível, ao analisar o comportamento de alguém, observar de onde ele vem. As tendências familiares estão marcadas no mapa astrológico. E por mais que se manifestem de maneira diferente, a origem central é a mesma. Ou seja, às vezes nos consideramos muito diferentes de um familiar que possui um aspecto similar ao nosso. Mas, se aprofundarmos o olhar, vamos observar que o núcleo da questão é o mesmo. Assim, é o mesmo conflito, ou são as mesmas necessidades que norteiam o comportamento de ambos, embora, na aparência, a forma de manifestação seja bastante diferente.


Por mais que nos consideremos diferentes de nossos antepassados (e na maioria das vezes achamos que somos muito mais bem resolvidos), na raiz, somos bastante parecidos. A história se repete, porém para ser vivida em mais alto nível (ou não, depende de cada um...). Cada aspecto, como sabemos, pode ser vivenciado de diversas formas, da mais conflituosa, até a mais elevada e produtiva. E o objetivo é irmos evoluindo e aperfeiçoando a nossa linhagem.


É muito comum ver as pessoas culpando os pais, ou até os avós por determinada herança comportamental. Sempre escuto em consultas: “Sou assim porque a minha mãe me reprimia!” Ou “Sou neurótico porque meu avô era assim!” Como se a culpa fosse deles... Como se o problema estivesse fora, e não dentro... Como se cada um não tivesse a chance de fazer diferente...


E aqui cabe uma reflexão. O mapa é SEU. Portanto, você nasceu com esse caminho, com essa necessidade de aprimoramento. Você precisa aprender a utilizar bem os aspectos do seu mapa. Essa é a SUA história. Mas para viver esse enredo, você precisava de um contexto que permitisse isso. E por essa razão, você nasce naquela família, com aquelas características, com aquela herança genética, e com esse DNA cósmico. Ou seja, essa família permitiu que você viesse desenvolver o seu potencial através dessa linhagem. Por isso, não tem sentido ter outro sentimento que não seja gratidão por isso. Não cabe culpar ancestrais pela sua situação de vida hoje. Seu processo é individual. Seu próprio caminho o fez nascer nessa família, com essas questões, com esse mapa.


Aliás, vale a pena até reforçar que a nossa genética tem relação com a nossa configuração astrológica. Nossas disposições físicas e energéticas estão todas marcadas no nosso mapa. O que quer dizer que quando temos, por exemplo, uma predisposição para uma determinada doença, está lá no nosso mapa... Temos uma influência hereditária, que se mostra em vários níveis: físico, emocional, mental, energético... E está indicada no nosso mapa. Por isso, irmãos com a mesma ancestralidade muitas vezes não apresentam a tendência para as mesmas doenças. A predisposição pode variar. E também a forma de trabalhar com essas questões, pois um mesmo aspecto pode ser vivido em níveis muito diferentes. Ou seja, não necessariamente aquele aspecto precisa indicar uma doença. A ideia é que se cresça em consciência, que a cada geração vá se elevando o nível da vivência daquele aspecto.


Uma outra coisa importante é olhar com compaixão nossos ancestrais. Se temos nossas dificuldades, e as conhecemos muito bem, sabemos como é difícil lidar com elas, poderemos entender que lá atrás, alguém com a mesma configuração, passou pelos mesmos desafios. E talvez com uma condição de vida mais difícil, com uma consciência diferente... Então dá para entender, e até perdoar, muitos comportamentos equivocados de nossos ancestrais. Era o que eles conseguiam na época.


Também é fácil de perceber que não nos unimos a pessoas muito diferentes durante a nossa vida. Isso se vê muito claramente em sinastria de casais, a comparação de mapas. Sempre buscamos na outra pessoa, algo importante do nosso mapa. E, novamente ressalto, por mais que possamos nos considerar muito diferentes de nosso cônjuge, pode procurar bem, porque ali existe muita coisa em comum. Ainda que esteja sendo vivido de maneira diferente. Lembre-se que uma boa análise astrológica verifica as causas e não os efeitos.


Você pode observar pelo que falei no início do artigo, que a minha herança de Sol com Saturno e Urano veio dos dois lados: materno e paterno. E minhas avós, por sinal, eram bastante diferentes. Qualquer um que olhasse na superfície iria dizer que elas não tinham nada em comum, praticamente opostas. É uma questão de aprofundar o olhar e perceber o que está por trás, motivando as ações de cada uma. Aí vamos entender que as diferenças podem não ser tão grandes assim. Vamos perceber que talvez as necessidades fossem as mesmas. E os medos também. O que variava era a estratégia que cada uma adotava para lidar com isso.


Muitos padrões nossos se repetem nas duas famílias de origem. E normalmente uma família enxerga na outra as questões e não na sua própria. É mais fácil ver no outro. Mas não casamos com diferentes, e o que incomoda no outro provavelmente existirá em nós com uma roupagem diferente. O que acontece é que muitas vezes alguns aspectos nossos estão na sombra e simplesmente não enxergamos. Casando com alguém que os apresente, fica difícil não lidar com aquilo. Ou seja, estaremos vivendo o nosso mapa, através do relacionamento com o outro. Nosso caminho de evolução passa por lidar com aquele aspecto e para isso encontramos pessoas que espelham isso para nós.


Estamos conectados a uma rede. Mas ao mesmo tempo somos responsáveis pelo nosso caminho individual. Quando entendemos essa teia, sabendo que todos temos os mesmos problemas, podemos diminuir muito os conflitos. Quando entendemos que somos os únicos responsáveis pelo nosso processo também paramos de projetar no outro nossas dores e frustrações. Apesar de estarmos ligados a muitos, cabe a cada um fazer a sua parte. Auto responsabilidade acima de tudo!

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