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  • Foto do escritorCecilia Leite

Dumbo




Essa é a história de um pequeno elefantinho que por ter as orelhas bem grandes, é excluído, rejeitado e humilhado. Só a mãe lhe aceita e conforta, mas a afastam dele quando ela tenta defendê-lo de crianças que o estão tratando mal.


Um dia ele vai apresentar um número no circo, e amarram-lhe as orelhas. Mas no meio da apresentação elas se soltam e ele tropeça nelas e passa muita vergonha. Sua vida é ser alvo de ridicularizações. Em uma ocasião ele sonha que está voando, e quando acorda percebe que de fato está em outro local.


Mas ele não sabe como isso pôde acontecer, e na tentativa de arrumar uma explicação, alguns corvos lhe dão uma pena dizendo que ela é mágica, e que com ela presa em sua tromba ele consegue voar muito, e muito alto. Então ele volta para o circo para apresentar seu número, confiante de que dessa vez ele conseguiria fazer um bom papel. Mas no meio da apresentação a pena cai de sua tromba e ele se desespera. Então um amigo que estava com ele nas suas últimas aventuras, grita para ele que a pena não era mágica, e que se ele abanar suas orelhas conseguirá voar. Meio desconfiado, no último instante ele movimenta as enormes orelhas e desliza graciosamente pelo ar.


Nesse momento ele se dá conta de que realmente consegue voar, graças às suas imensas orelhas. A partir de então vira um herói, e pode resgatar a mãe para viver novamente com ele.


Utilizando arquétipos astrológicos, podemos dizer que Dumbo viveu um tema bastante plutoniano. Exclusão, rejeição, medo, abandono sempre estão relacionados com Plutão. Situações de abuso, bullyng, humilhações também estão ligados a esse planeta tensionado e proeminente em uma carta natal.


Também poderíamos mencionar Urano nessa fábula, por ser Dumbo aquele que foge aos padrões, não se encaixa, e até mesmo pela menção às orelhas grandes que o levam a voar. Urano é o céu, vê tudo de cima, tem outra perspectiva.


No entanto, talvez o mais importante seja explorar com um pouco mais de cuidado o fato de que cada atributo que possuímos pode ser bem utilizado, ou não. Vejo muita gente culpando pontos do seu mapa astrológico por seu infortúnio ou falta de sucesso, como se existisse algo bom ou ruim, e como se houvesse uma condenação sobre a qual nenhuma atitude fosse possível.


Quando se entende corretamente a carta natal, percebe-se que ela indica características, maneiras de funcionar na vida, e nós podemos seguir essas indicações ou ir contra elas. Provavelmente as dificuldades aparecem quando se negligencia isso.


Quem tem um Mercúrio debilitado em Peixes, retrógrado, por exemplo, certamente capta as informações e as processa de uma maneira totalmente diferente de quem tem um Mercúrio em Virgem, que possivelmente tem um raciocínio rápido, lógico, organizado. Isso não quer dizer que no primeiro caso a pessoa não seja inteligente, muito pelo contrário, ela pode até mesmo ser brilhante. Mas terá muito mais facilidade de entender através de sinais, metáforas, captar o que está nas entrelinhas. Esse indivíduo poderá sofrer com um sistema de aprendizado tradicional, tentando decorar as coisas ou compreender tudo intelectualmente. No entanto, poderá ser um poeta, um músico, narrar histórias fantásticas, ter acesso a muitas informações de seu interlocutor sem que ele precise dizer uma única palavra.


Aqui estou simplificando os conceitos, apenas para ilustrar que quando tentamos nos adequar a uma forma que não é a nossa certamente surgirão problemas. É como naquele jogo infantil, onde existem elementos vazados em uma base, em diferentes formatos, e a criança deve encaixar as peças nesses buracos. O círculo não irá passar pelo quadrado.


O que o mapa natal indica é a nossa configuração, muito particular, nos níveis físico, energético, emocional e mental. Conhecendo essa configuração fica mais fácil de compreender quais as atividades que são mais afins com o nosso tipo. Uma pessoa com 1,50m talvez tenha mais dificuldade para ter sucesso no basquete, mas pode ir muito bem na ginástica olímpica. Já o inverso acontece com uma de 2 metros.


Assim, mudar o olhar para aquilo que em um primeiro momento nos parece difícil e inadequado, e enxergar o potencial que pode haver nessa característica, faz toda a diferença. Enquanto tentamos ser pessoas distintas do que em verdade somos, ficamos como Dumbo amarrando as orelhas para que elas não nos atrapalhem e acabando por tropeçar nelas. Mas a partir do momento que exploramos o potencial daquilo que nos é legítimo, podemos voar, como literalmente aconteceu nessa história.

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