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Foto do escritorCecilia Leite

Anatomia sutil

Muito do que vamos conversar por aqui, acontece em um plano mais sutil, nos nossos corpos energéticos. Somos muito mais que um corpo de carne e osso, e precisamos tomar consciência disso. Esse artigo tem o intuito de facilitar o entendimento do que é essa anatomia sutil, e de como ela se relaciona com o nosso corpo físico.


Todas as tradições antigas já utilizavam modelos para descrever o funcionamento do corpo humano que englobavam a parte energética e vibracional, aquilo que não enxergamos, mas que atua diretamente no corpo físico. Mais do que isso, que anima o corpo físico, permite que a vida aconteça. A MTC (Medicina Tradicional Chinesa) e a Ayurveda têm todos os princípios e tratamentos baseados nesse conceito. Apesar da estrutura dessas duas linhas ser bastante diferente, a ideia central é a mesma: existe um campo energético que vitaliza o nosso corpo físico. Isso é fácil de se observar, é o que diferencia um cadáver de um corpo vivo. Tanto no cadáver quanto no ser vivo, o corpo físico é o mesmo, não muda a forma. Porém existe a força pulsante que mantém o organismo funcionando enquanto existe vida. Essa força de vida é o que se chama de chi, ki, prana, em cada tradição recebe um nome. É a energia vital circulante. Ela nutre e vitaliza todos os nossos órgãos e tecidos, e, se existe algum bloqueio, e ela não consegue atingir um determinado local do nosso corpo, ele adoece.


E de onde vem essa força? Muita gente acha, equivocadamente, que vem de um comando cerebral, o que não é verdade. Basta prestarmos atenção no fato de que o coração em um feto de apenas seis semanas pulsa e não há cérebro formado ainda. Como eu mencionei, cada tradição tem seu modelo para descrever como acontece esse processo. Aqui vou me concentrar na visão hinduísta que serve de base para a yoga e a Ayurveda, bastante conhecida por tratar dos chakras. E o que são chakras? São vórtices energéticos que fazem a ligação entre nosso aspecto mais sutil, e nosso corpo físico.


Segundo essa linha, temos vários corpos, de densidades e frequências diferentes, que se superpõem. Cada camada tem uma vibração, que é responsável por um aspecto nosso. Assim, o nosso corpo mais denso é o físico, que é seguido por um corpo etérico (ou energético) que o alimenta e vitaliza, como descrevi anteriormente. Em seguida temos um corpo emocional, que vibra conforme nossas emoções, e além desse, um corpo mental, na frequência de nossos pensamentos. Veja que cada um interfere no outro. Com um pouco de observação, podemos perceber que nossos pensamentos afetam nossas emoções. Essas normalmente flutuam o tempo inteiro em função dos nossos pensamentos naquele momento: posso estar sentada no meu sofá tranquilamente, mas dependendo do que estiver pensando, posso sentir medo, raiva, preocupação, alegria...Da mesma forma, nossas emoções interferem nas nossas sensações. Posso sentir um peso nos ombros, um nó na garganta, um bolo no estômago, o coração apertado... Tudo em função da emoção que estiver acontecendo no momento. Além desses corpos, cuja percepção é mais fácil para nós, temos outras camadas ainda mais refinadas, que são responsáveis pelo conhecimento abstrato, pela intuição, pelas percepções extra sensoriais e pela conexão espiritual.



Nessa tradição, são descritos sete corpos. Os chakras fazem a interligação entre esses corpos. Temos inúmeros chakras, mas sete principais na linha da coluna, que se ligam diretamente com os sete corpos acima descritos. O mais baixo, no cóccix é o chakra básico, que faz a conexão com a Terra e se relaciona com as questões de sobrevivência do corpo físico, e o mais alto, no topo da cabeça, o coronário, que se liga as energias cósmicas. Eles funcionam como uma usina, que recebe a energia mais refinada e a conduz para dentro do corpo, através das glândulas endócrinas, cada chakra se liga a uma glândula. Portanto, qualquer problema em um determinado chakra, irá reduzir (ou aumentar demais) a energia distribuída por ele, e os órgãos aos quais ele se liga poderão ficar comprometidos.


Vamos dar um exemplo: ao Plexo Solar (3º chakra) se liga o Pâncreas, e esse chakra refere-se às nossas emoções. Se elas estão desequilibradas, comprometem o funcionamento do chakra e todo o sistema digestivo fica desarmonizado. Esse chakra diz respeito a nossa autoconfiança, a como nos colocamos no mundo, e, se, por acaso, não digerimos as situações lá fora, isso se reflete dentro, e, o estômago passa a sofrer de indigestão. Claro que isso é bastante complexo, e exige um estudo bem aprofundado. Existem nuances e sutilezas, correlações entre os sistemas, mecanismos de defesa, precisa-se de uma análise muito criteriosa. Mas o objetivo nesse texto é apenas demonstrar como uma emoção ou um pensamento podem atingir o corpo físico. E também entender o porquê de certos comportamentos estarem ligados a determinadas patologias.


A MTC (Medicina Tradicional Chinesa) também associa cada emoção a um determinado órgão, e, quando uma delas se desequilibra, afeta o órgão correspondente. E, como eles estão interligados, forma-se uma reação em cadeia, desequilibrando todo o sistema.


Cada região do corpo se relaciona com uma determinada função psíquica, e pode ser por ela afetada. Em um outro artigo escreverei sobre como a doença acontece, mas entender que somos seres multidimensionais, feitos de muitas vibrações diferentes, que interagem entre si, e que a desarmonia em uma delas afeta as demais, já explica muita coisa. Precisamos entender que o corpo físico é a dimensão visível de todo o nosso ser, que é um enorme conjunto de frequências. E serve como tela de projeção para o que não conseguimos enxergar. O que não se equilibra nos outros níveis, acaba vindo para o físico.


Hoje em dia, já existem muitas pesquisas científicas estudando a relação entre os pensamentos e os sentimentos com o corpo físico. No livro A Biologia da Crença, o biólogo celular Bruce H. Lipton, da Universidade de Stanford, demonstra como os pensamentos alteram a informação dentro das células. Ele explica detalhadamente como funcionam as células, e como respondem aos diversos tipos de estímulos. Apesar de ter muitas informações e termos técnicos, é um livro bastante didático, que demonstra como a energia controla a matéria.


Na prática não existe divisão entre pensamentos, sentimentos e corpo físico. Somos uma coisa só. Uma coisa reverbera na outra. Ou seja, o nosso corpo retrata o tipo de pensamentos e sentimentos que nos povoa. Ele nos mostra aquilo que muitas vezes não conseguimos enxergar, aquilo que não temos consciência que estamos pensando e sentindo. É uma relação direta.


Entendendo isso, percebemos que muitas vezes não adianta tratar apenas do corpo físico quando um mal se instala. Pois ele é o reflexo do que já vem acontecendo nos outros níveis. As terapias energéticas atuam no nosso campo energético, como a acupuntura por exemplo. A acupuntura redireciona, através das agulhas, a energia nos meridianos, restabelecendo o fluxo energético harmonioso, desbloqueando pontos onde haja estagnação de energia. Mas o que causou esses bloqueios? Provavelmente emoções descontroladas, que, como vimos, alteram diretamente no fluxo energético. Então podemos tratar com outras terapias vibracionais que atuam nesse campo, como os florais, a aromaterapia, cromoterapia, cristais, e uma infinidade de outros métodos vibracionais, que são muito eficientes. Mas, se a pessoa, continuar com seus hábitos e padrões mentais, rapidamente as emoções se descontrolam novamente. Onde chegamos a conclusão de que a verdadeira cura acontece na consciência, e somente se a pessoa quiser. É necessário ter muita disposição para poder se encarar com bastante honestidade. Isso não quer dizer que todas essas terapias não são eficazes. Pelo contrário, elas tiram a pessoa da dor, melhoram seu estado de ânimo, ajudam a trazer equilíbrio emocional, a regular o fluxo de pensamentos, e, assim, facilitam o processo de tomada de consciência. Quando elevamos a nossa frequência e a nossa vibração, saímos da zona do problema e conseguimos vislumbrar novos horizontes. Porém, se não sustentamos isso, voltamos rapidamente ao velho padrão.


Nesse sentido, a astrologia pode ajudar bastante, pois ela é uma ferramenta muito eficiente de autoconhecimento e ampliação da consciência. Através dela podemos perceber nuances da nossa personalidade antes desconhecidas. Sabendo ainda que, ela trata de padrões (mentais, emocionais, físicos), e que esses padrões se manifestam em nosso corpo de uma maneira específica, entendemos que a astrologia pode sim ajudar a dar indícios das nossas fragilidades, tanto físicas como psíquicas, afinal elas estão intimamente ligadas. Da mesma forma, percebendo nossas vulnerabilidades atuais, podemos perceber qual o tipo de comportamento está associado a elas. É uma via de mão dupla, tudo está relacionado. É uma questão de observação. Entraremos mais nesse assunto em outros artigos.


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