A vida é uma sucessão de eventos, muitas vezes aparentemente caóticos e aleatórios. Mas um olhar mais atento vai perceber que existe uma coerência e uma lógica por trás de tudo o que acontece. Em grande parte, esse encadeamento de ocorrências é determinado pelas nossas escolhas, embora estejamos muito pouco conscientes disso em muitas ocasiões.
O que acontece hoje, é resultado das escolhas que fizemos no passado. E o que virá, depende, em grande medida, de como conduzimos a vida hoje. Parece óbvio, mas não é... Quantas pessoas chegam em um determinado ponto da vida e se perguntam o porquê das coisas estarem daquele jeito, onde foi que elas erraram... Não erraram, só não estavam conscientes das ações que estavam tomando... Estar PRESENTE em cada minuto da nossa vida é fundamental para não perdermos o fio da meada.
Quando pensamos em escolhas, logo vem à mente aquelas decisões maiores e mais evidentes, como a profissão, o lugar da moradia, o tipo de comida que ingerimos. Obviamente essas são decisivas para o tipo de vida que vamos levar. Mas existem outras, que acontecem a todo momento, e podemos não nos dar conta, embora sejam igualmente importantes. Por exemplo, como gastamos o nosso tempo a cada instante: o que assistimos, o livro que lemos, as pessoas com quem conversamos. Às vezes vivemos dizendo por aí que não temos tempo para nada, mas se formos observar bem, gastamos horas valiosas do nosso dia em redes sociais, ou em conversas fúteis, ou assistindo a programas tóxicos, que nada acrescentam... Isso também é uma escolha, e que terá impactos muito significativos na maneira de vivermos.
Mas, muitas vezes, questões centrais da nossa vida são fruto de escolhas inconscientes, feitas a partir de nossos medos, ou de sentimentos que nem sabemos que possuímos, ou que, se sabemos, talvez não estejamos dispostos a considerar. Às vezes decidimos por um caminho só para não ter que mexer em algo em nós que sabemos que será desconfortável. A questão é: um problema não deixa de existir porque eu finjo que não o vejo (ou não o vejo mesmo...). A vida em sua sabedoria nos empurra a resolver nossas limitações para viver mais plenamente, e logo a frente nos colocará novamente aquela questão negligenciada. E seremos defrontados novamente com a necessidade de confronto, ou a opção de sair pela tangente... Escolhas!
O que acontece é que para cada decisão que tomamos, tem-se um encadeamento de fatos que se sucedem. E, em muitas situações, não conseguimos perceber a ligação entre a causa e a consequência, ou seja, entre a ação que tivemos, e o que a vida traz como resultado. Não prestamos atenção que fomos nós mesmos que semeamos o que estamos colhendo, em atitudes aparentemente inofensivas. Um exemplo disso é quando temos o hábito de expor nossa vida nas redes sociais, colocando sentimentos íntimos, indignações momentâneas, sem a consciência de que o que está ali poderá ser visto por inúmeras e desconhecidas pessoas, e poderá ser utilizado de diversas formas, talvez nem imaginadas por nós. Uma ação aparentemente inofensiva, tomada impulsivamente por carência, ou por vaidade, ou seja lá o que for, que acaba levando a um desfecho supostamente inesperado. Nesse caso não havia a consciência nem da motivação do ato (o que está por trás da necessidade de postar) e nem das consequências que isso poderia trazer. A escolha foi feita de maneira totalmente inconsciente, ou seja, governada pelos impulsos internos desconhecidos e não trabalhados da pessoa.
A maior parte do que escolhemos em nossa vida tem um componente inconsciente importante. Só vamos ter clareza do que fizemos e do porquê fizemos quando chega o resultado. Às vezes nem assim... Mas é dessa forma que vamos aprendendo e nos conhecendo.
Devemos estar atentos porque toda decisão tem muitos desdobramentos, para uma vida inteira... Uma coisa que leva a outra, e que abre certas possibilidades (e exclui outras), e que conduzirão a outras escolhas, e quando nos damos conta, o cenário da nossa vida já está lá, montado... A profissão que escolhemos, por exemplo, vai impactar não só na atividade a ser desempenhada e na remuneração, que são muitas vezes a razão da escolha, mas também no círculo de amigos, estilo de vida, demandas sociais, muita coisa vem atrelada... Ao escolher um parceiro, quais são os critérios para essa decisão? Uma pessoa pode mudar totalmente o curso de uma vida... Ou, deixar escapar um relacionamento que poderia ser importante por uma decisão mal tomada (por seguir posicionamentos familiares, ou algum condicionamento interno por exemplo) também pode causar uma frustração para a vida toda...
Algumas pessoas escolhem não escolher por acharem que a omissão vai poupá-las das consequências de suas decisões, mas esquecem que a omissão também é uma escolha, com resultados na maior parte das vezes desastrosos. Quando alguém deixa de colocar a sua vontade em andamento, vira um navio à deriva, que ninguém sabe onde vai parar, e em determinado momento do percurso pode ficar difícil achar uma saída... A pessoa pode ter que voltar a controlar o leme da sua vida em meio a uma dura tempestade, confiando apenas em sua bússola interna. Ou pode chegar a um destino totalmente indesejado.
Às vezes parece que não se tem escolha, como no caso do tão frequente: "eu gostaria muito de poder ficar com meu filho mas preciso trabalhar...". Isso pode ter total relação com as prioridades que determinamos na vida, e escolhas anteriores que foram feitas. Nesse caso ter uma carreira, dinheiro, sucesso, a escolha do cônjuge... Claro que algumas pessoas vão argumentar que na sociedade em que vivemos, na maior parte das vezes, existem demandas que são questão de sobrevivência. E isso é correto! Realmente entre sobreviver e poder sustentar um filho, ou estar presente com ele sem a menor condição de dignidade, escolhemos trabalhar... Tem escolhas que parecem tão óbvias, que nem consideramos ser uma escolha. Ainda assim há quem resolva por negligenciar condições básicas e decidir diferente... É impressionante a capacidade que o ser humano tem de surpreender com suas decisões inusitadas!
É preciso ter clareza que, em toda escolha que fazemos, ainda que bastante camuflada, existe um ganho secundário. Sempre decidimos por um caminho que julgamos nos trazer menos sofrimento. E o perigo é que, se não estamos conscientes da totalidade da nossa decisão, de tudo que ela vai impactar, lá na frente podemos não gostar de todas as consequências dos nossos atos. Porque tudo tem um preço, e muitas vezes queremos o bônus da decisão mas não estamos prontos para lidar com o ônus.
Precisamos ter em mente inclusive, que nossas decisões interferem na vida de outras pessoas. E que consequências virão daí... Pois a partir dos nossos atos, o outro também terá que tomar uma atitude... As mães (e os pais que são presentes obviamente) devem ter especial atenção com isso, pois têm um impacto profundo em todo o direcionamento da vida do filho. Suas palavras, suas atitudes, seu exemplo, estão a todo tempo ensinando para ele como escolher na vida. Isso sem contar que em muitos casos, a mãe projeta no filho os próprios medos, frustrações, e enquanto ele não tiver maturidade suficiente, fica sujeito a fazer escolhas condicionadas. Ou seja, a vida dele passa pelo filtro dela.
Existem situações pouco compreensíveis para a nossa mente limitada enclausurada nessa dimensão, que se manifestam como uma fatalidade. Mas ainda assim, nessas circunstâncias temos a escolha de como vamos nos comportar frente a elas: com fé, sabedoria, otimismo, ou pessimismo, reclamação, vitimismo. E essa decisão fará toda a diferença no que virá pela frente.
Enfim, boas escolhas exigem um bom conhecimento objetivo dos fatos (que se adquire estudando, lendo, conversando, vivendo...) e uma capacidade e disposição de auto análise, de a todo momento trazer a atenção para dentro e observar o que de fato está levando a um caminho ou a outro. A astrologia pode ajudar, e muito, a fazermos escolhas mais acertadas, pois conhecendo melhor nosso temperamento, nossas necessidades emocionais, nossos potenciais e nossas dificuldades, somos capazes de perceber com mais clareza onde cada caminho pode nos levar.
Mas o que é fundamental sempre, é estar PRESENTE em cada momento da vida, para não ser levado por nossos impulsos inconscientes. Ter clareza a cada momento de que SIM, estamos fazendo uma escolha que terá consequências. E estar preparado para enfrenta-las sem jogar a responsabilidade do que estamos colhendo nas costas do outro. Saber que ao escolher uma coisa normalmente estamos abrindo mão de outras, e lidar com isso de forma madura. E, sobretudo, NUNCA nos culpar pela escolha que foi feita. Era o melhor que conseguíamos naquele momento, foi nosso caminho de aprendizado e certamente contribuiu muito para o nosso desenvolvimento pessoal!
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