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  • Foto do escritorCecilia Leite

Ser original é ser você mesmo!

Na sintonia da energia da última Lua Cheia que aconteceu no eixo Leão – Aquário, o tema desse texto é justamente a polaridade que existe nessa dupla de signos opostos, e que trata da nossa individualidade inserida em um contexto social. Ser único ou andar em bandos?


Todo par de signos opostos trabalha uma mesma questão em extremos antagônicos, um equilibrando e contrapondo o outro. Precisam sempre ser analisados (e vivenciados) em conjunto, e quando a balança pende para um dos lados corre-se o risco de cair na sombra do signo oposto. Por mais que se tenha uma ênfase no mapa natal em um determinado signo, e, portanto, esse arquétipo seja predominante na personalidade, e precise ser realmente experienciado na sua plenitude, não se pode perder de vista o que ensina o signo oposto, que contém os segredos para que se vivencie mais satisfatoriamente o próprio signo em questão. É uma dupla, e para entender um, é necessário compreender o outro...


Nesse texto vamos explorar especificamente a temática que envolve Leão e Aquário: a afirmação do Eu, e a inserção na sociedade, o papel social. Em Leão a individualidade predomina, aparece, queremos dar visibilidade a nossa identidade consciente. Em Aquário, o objetivo é cumprir uma função social, estar inserido em um grupo, abrindo mão de qualquer individualismo porque o que importa é a sociedade como um todo. No caso de Leão os objetivos são pessoais, no caso de Aquário é a evolução do grupo.


E aqui começa a grande confusão... Tendemos aos extremos... Por um lado, uma parte da população está totalmente desconectada das necessidades do outro e do meio, vivendo o tempo todo autocentrada, buscando satisfazer as próprias demandas internas sem pensar no impacto que isso causa nos demais. De um outro lado, temos uma turma demonizando o ego e achando feio ter necessidades e verdades internas, caindo facilmente na armadilha de se anular e podendo facilmente se tornar instrumento de manipulação e se distanciar do que fala sua alma.


Precisamos ter clareza de que para exercer nosso papel na sociedade (Aquário) precisamos ser exatamente quem somos (Leão). O mundo precisa de cada um como é. A melhor forma de ajudar o todo é desenvolver o NOSSO máximo potencial, e não tentar ser uma cópia de qualquer outra coisa que tenha por aí... Quebrar padrões, ousar ser diferente, que são conceitos aquarianos, devem estar sempre ligados a expressão genuína da nossa individualidade, que é um tema leonino. Ou seja, uma coisa precisa estar ligada a outra para haver um sentido construtivo.


Quando Aquário resolve ser excêntrico ou um rebelde sem causa, normalmente está fazendo isso para aparecer (desarmonia do Leão). Por outro lado quando o Leão não deixa sua luz natural brilhar, perde o seu papel na sociedade, enfraquecendo a função aquariana. Não há como dissociar essas duas polaridades, elas caminham juntas, o desenvolvimento da sociedade (Aquário) se dá através da manifestação dos dons de cada um (Leão). Só existe evolução verdadeira, quando cada um assumir exatamente o papel que lhe cabe.


E, para isso, há de se ter muito autoconhecimento e muita força de vontade para expressar plenamente nossa identidade. Todo o nosso potencial criativo vem de nos conectarmos com nossa real natureza. Muita gente tem medo de assumir a sua força individual e ser criticada por fugir aos padrões vigentes, e, com isso, partindo da não expressão de Leão, que leva à distorção de Aquário, deixa de exercer um papel social importante. Aliás, nos tempos em que vivemos, a ideia de não ser quem se é de verdade reina, e isso vai enfraquecendo e minando qualquer possibilidade de mudança. Se não sabemos nem quem somos, como iremos saber para onde caminha a humanidade?


E então, já fragilizados por ter nossa identidade reprimida e negada, vamos buscar ajuda e começamos a escutar que para ser espiritualizado não se pode ter um ego. E assim reforçamos esse padrão de negação com medo de sermos rejeitados, considerados como egoístas. O não entendimento do conceito do ego é um perigo, que pode afastar uma pessoa dela mesma e fazer com que ela mergulhe em suas próprias sombras, achando que está dominando essa sua porção que ela considera inferior.


Isso parte de um problema de nomenclatura na maior parte das vezes. Ao não se entender o que o termo significa, ele é utilizado de forma equivocada, confundindo e fazendo com que a pessoa associe ter uma personalidade clara e consistente com ser egoísta. O ego é uma parte da nossa psique, que estrutura e administra funções psíquicas importantes, nos dando o senso de identidade, de limites, e servindo inclusive para a nossa defesa e nossa sobrevivência. O termo hoje é muitas vezes mal empregado para designar um comportamento disfuncional autoritário e autocrático.


É importante perceber que só consegue abrir mão do ego, quem já o conhece profundamente, sabe de seu mecanismo e todos os meandros que ele utiliza, quem já o explorou, sabe como ele funciona, e, portanto, tem um ego forte e estruturado. É um equívoco da nossa época achar que o ego é ruim. Ele é necessário e precisa ser plenamente conhecido, para então servir de instrumento para a nossa consciência. Se não, estaremos sendo "usados" por ele de forma inconsciente. Ele nos domina, e nós ficamos achando que o transcendemos. Simplesmente não percebemos que caímos em uma armadilha. Não é negando o ego que ele para de comandar a nossa vida, pelo contrário, é conhecendo-o plenamente, que passamos a ter domínio sobre ele e a o utilizarmos corretamente.


No nosso mapa natal, o Sol (regente de Leão) e seus aspectos dizem muito sobre como exercemos essa função egoica. E, claro, ela deve ser muito bem compreendida, e muita bem desenvolvida, pois é a partir dela que vamos trilhar nosso caminho evolutivo. É através do ego que alcançaremos o Eu. O nível superior, a excelência, só é alcançada quando atingimos a maestria sobre nós mesmos. Negar uma parte nossa em nada contribui com esse processo.


É necessário cuidado e atenção para saber de onde vem nossas atitudes, se do amor ou da dor. Quando a motivação é o amor, a ação se dá somente por ela mesma, sem expectativas de resultados, sem tentativa de controle ou manipulação dos fatos, cada ato é a pura expressão de nós mesmos, e isso basta. Não importa a opinião dos outros, não interessa nenhum tipo de julgamento, os resultados são positivos para todos ao redor, para o meio e para nós mesmos. Não há dúvidas, não há ponderações. Quando a motivação vem da dor em suas mais diversas formas, como medo, culpa, frustração, baixa autoestima, e uma infinidade de outras distorções, nossas ações são pautadas para nos defender, tentar compensar, aliviar o nosso sofrimento, e muitas vezes essas atitudes acabam não sendo produtivas nem para os outros, e, em última instância, nem para nós mesmos. Sempre haverá cobrança, frustração, ansiedade. Distinguir com clareza a direção dos nossos movimentos é a chave para saber se estamos sendo nós mesmos ou agindo com uma segunda intenção.


Então não se trata de abrir mão de nossa vontade, mas sim de nos guiar pela nossa verdadeira natureza, reconhecer os impulsos internos, e tentar nos alinhar cada vez mais com a voz que vem do coração, que tem significado e traz paz internamente.


Temos que ter em mente que os signos são arquétipos, padrões de comportamentos inerentes a toda humanidade. Todos possuímos os 12 signos, de diferentes formas, em diferentes proporções, mas estão todos em nós. Ou seja, são impulsos que precisam ser reconhecidos e corretamente direcionados. Não existe nada ruim, ou bom. Existe o quão consciente estamos das forças que nos movimentam, e como as utilizamos, se de forma produtiva ou de maneira prejudicial (a nós mesmos em primeiro lugar, e a todo o meio onde estamos inseridos).


Portanto, reconhecer nossas necessidades individuais, conhecer nossos talentos e também nossas vulnerabilidades, expressar nossa real natureza, é o que vai fazer com que cumpramos com excelência o nosso papel social. Ao copiar alguém, ao seguir uma moda, deixamos de colocar no mundo nosso brilho pessoal, que é só nosso... Cada um tem seu talento, seu jeito próprio de fazer as coisas, sua marca pessoal. E o Universo precisa dessa marca pessoal, se não você não estaria aqui e nem eu...


Entender que a maior originalidade é ser exatamente quem somos... Perceber que não devemos seguir padrões externos porque temos o nosso próprio modelo interno... Perceber que somos únicos, e que isso nos torna iguais em nossas diferenças... Tudo isso faz com que a essência de cada um brilhe e a humanidade caminhe. Um aquariano legítimo exerce plenamente a sua criatividade leonina, tornando-se único, exclusivo, sem compromisso nenhum com os padrões vigentes... E então não precisa mais afirmar sua individualidade através do ego. A sua originalidade é colocada totalmente a serviço da evolução e da sociedade!

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