Três irmãos porquinhos decidem sair da casa da mãe para irem morar sozinhos. A mãe alerta para os perigos que poderão encontrar, sobretudo o lobo mau que estará à espreita pronto para engolir presas tão frescas e inocentes.
Cada um desses porquinhos possui um perfil diferente, e vai construir sua nova casa de acordo com o que para si, é a prioridade. O mais novo, mais avoado e cheio de imaginação, quer ficar perto do lago, e resolve fazer uma casa de palha, que é rápida de montar e permitirá que ele logo possa ir brincar. Talvez tenha uma ênfase em Peixes, já que gosta de estar perto da água e é, de certa forma, inocente dos perigos da vida real. Poderia ser geminiano também, já que os signos mutáveis normalmente são mais joviais, ou imaturos.
O irmão do meio escolhe a madeira para fazer sua casa em uma montanha onde possa usufruir dos prazeres da natureza, ouvir passarinhos, sentir o perfume das plantas e a brisa que movimenta as folhas das árvores. A casa de madeira é mais robusta que a de palha, mas também é rápida de se montar, o que já permite ao porquinho ir brincar com seu irmão caçula. Apesar da montanha ser uma alusão a Capricórnio, a prioridade em satisfazer os próprios sentidos poderia indicar aqui uma tendência taurina. Ou ainda, poderia ele ter um traço sagitariano também, pelo gosto pelas brincadeiras, evitando o trabalho duro.
Esse irmão do meio é o mais enigmático, já que combina características dos outros dois, em uma tentativa de servir de ponto de equilíbrio entre eles. É aquele que não tem uma identidade definida na história, já que o que pretende se demonstrar poderia ser descrito só com os extremos representados pelos outros personagens. Ele apenas enfatiza que realizar um trabalho medíocre não é o suficiente para atingir um bom resultado.
Somente o mais velho, escuta a mãe, e escolhe um terreno firme para construir sua casa de tijolos. Levantada sobre alicerces estáveis e seguros, a casa com estrutura de alvenaria demora a ficar pronta. Enquanto seus irmãos brincam e se divertem, ele trabalha. Possivelmente, trate-se de um capricorniano, já que temos a alusão a solidez, estrutura, trabalho duro e ao tempo, conceitos tipicamente atrelados a esse signo.
Não tarda para o lobo aparecer e derrubar com facilidade a casa dos dois porquinhos mais novos, que buscam abrigo junto do irmão mais velho. Felizmente, lá o lobo não consegue acessar e todos comemoram juntos estarem em segurança.
Peixes e Sagitário são signos que fogem, escapam cada um a sua maneira. Sagitário tem relação com as coxas e glúteos e muitas vezes sagitarianos literalmente saem correndo para esquivar-se de alguma situação que lhe incomode. Peixes é escapista, e arruma muitas estratégias para não estar presente: dorme, utiliza remédios, drogas, álcool, põe um fone de ouvidos, ou simplesmente se ausenta, fingindo não entender o que se passa. Fato é, que ao sinal de perigo, os dois porquinhos dão no pé.
Sem dúvida temos uma moral capricorniana nessa história: o valor do trabalho, a busca da segurança material, sabendo que resultados vem a partir do tempo e do esforço. Com Capricórnio nada é fácil e rápido, mas pensado, estruturado, exigindo dedicação, disciplina, renunciando a prazeres imediatos em nome de um benefício futuro. A maturidade é um atributo capricorniano, e nessa história o porquinho mais velho representa isso em vários aspectos. A responsabilidade também é característica marcante nesse signo, bem como o papel de provedor, aquele que garante a segurança nas épocas difíceis. Capricórnio planeja e antevê os problemas. Age antes para não correr riscos depois.
Nessa fábula percebemos as estratégias adotadas por cada porquinho não só na construção de suas casas, considerando as suas prioridades e o que é relevante para cada um, como também no enfrentamento do problema. O mais velho calcula e planeja, os mais novos fogem e buscam a proteção de outro. O mais velho sabe que depende dele mesmo para conseguir o que quer, os mais novos contam com a sorte.
Percebemos o protagonismo do porquinho mais velho nessa fábula. Mas e os demais? São apenas coadjuvantes? Não tem nada a contribuir? Da maneira que foi contada a história, realmente parece que as características mais leves dos outros porquinhos só causam problemas, e não têm nada a acrescentar. No entanto, se os três trabalhassem juntos, possivelmente o projeto arquitetônico da casa de tijolos teria um aspecto mais orgânico e agradável e talvez até o processo da construção pudesse ter sido mais divertido e animado.
Integrar as habilidades inerentes a cada um pode certamente levar a um resultado melhor. Nessa fábula, temos três personagens principais e a ameaça representada pelo lobo. Poderíamos associar as características dos signos mencionadas não ao Sol de cada um, mas principalmente à Lua, já que ela trata das nossas necessidades de segurança emocional, aquilo que procuramos para nos sentirmos nutridos, nossa resposta imediata e instintiva como mecanismo de proteção. A menção à mãe (outra função lunar) no início da história reforça a ideia da associação dos arquétipos mencionados com a Lua em cada signo.
Cada mapa é complexo, intrincado e único, e aqui estamos fazendo apenas uma ilustração alegórica sem nenhuma finalidade educativa ou especulativa. Mas cabe lembrar que todos possuímos os doze signos em nossa mandala astrológica, e portanto, dentro de nós, o que significa que conciliar essas forças internamente pode ser bem mais produtivo que polarizar em uma única característica. É possível ser responsável sem ser rígido, querer segurança mas permitir divertir-se e ter prazer, observar se não estamos carregando uma carga alheia, ou por outro lado depositando as nossas próprias em cima de outras pessoas. Conciliando internamente, o externo fica flui com mais facilidade.
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